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De tirar o fôlego

Quando, no auge dos meus 11 anos, saí do Estádio Olímpico depois de ver o Gre-Nal válido pelo Campeonato Brasileiro de 1997, pensei com os meus botões: "Que jogo! Que vitória!". O 2x5 na casa do adversário foi um êxtase, momento culminante de uma campanha que daria a terceira colocação para o Colorado na competição. O segundo tempo daquela partida, assim como a atuação de Fabiano (Uh, Fabiano!), seria inigualável!

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O jogo de hoje foi extraordinário. Alta qualidade técnica dos times, enquanto jogavam 11 contra 11, muita velocidade, empenho, dedicação. Tudo que um clássico Gre-Nal deve ter para ser chamado de "clássico".

O Inter, que já vinha em melhor momento, aliou isso a pressão colocada no lado gremista pelo fato da perda, na hora momentânea, da liderança. O Grêmio, pressionado como nunca antes, já que saiu praticamente do ostracismo no campeonato para a vitrine e agora passava por águas turvas, precisava do resultado.

Os aspectos pré-jogo tornaram a partida aberta, com espaços não vistos nos outros 3 clássicos do ano. Espaços maximizados com a confusão protagonizada por Edinho e Tcheco, afinal Gre-Nal que é Gre-Nal não pode passar sem pelo menos uma série de empurra-empurra.

O fato é que, em um momento de contrariedade dos ditos, o clássico não igualou os momentos, não fez a qualidade dos times ficar em segundo plano.

O Inter venceu com méritos. E agora, com 4 pontos a menos que o terceiro colocado, entrou de vez na luta pela Libertadores.

O Grêmio, conturbado e abalado, vê-se fora do primeiro posto após 12 rodadas. Celso Roth não tem culpa, mas parece que esgotou a fonte do sucesso do time gremista.

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Em 1997, Fabiano fez a festa no segundo tempo.

Em 2008, o gringo D'Alessandro mostrou a que veio e, no primeiro tempo, decidiu o jogo. Fez um golaço, pegando na veia o rebote da falta cobrada por Alex. Depois, participou do lance polêmico do jogo, no segundo gol, onde Alex chutou para as redes após a cobrança rápida executada por ele. No terceiro gol, o resultado dos treinos fechados da semana: jogada ensaiada no escanteio, primeiro poste, e Índio, zagueiro-artilheiro do brasileirão com 6 gols, cabeceou de forma certeira. Nos acréscimos do primeiro tempo, D'Ale, de novo com a rapidez e malandragem necessárias, bateu o escanteio curto e rápido, recebeu de volta de Ângelo e cruzou no vazio, no famoso ponto futuro, para o veloz Nilmar testar cruzado, sem chances para Victor.

D'Alessandro igualou, no primeiro tempo, a atuação de Fabiano, naquele segundo tempo de 1997. Ele foi decisivo como esperado, genial quando necessário, preciso como de costume e vibrante, como na comemoração do terceiro gol com o técnico Tite. Este é o argentino que o Inter esperava ter contratado.
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Mudou o tempo. Passou mais de década. De novo, um lapso genial fez enlouquecer a torcida vermelha. D'Alessandro entrará para a história do Inter, não pelos milhões investidos, mas por sua qualidade. Será ídolo, como Fabiano é. Ou até mais...

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