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Sim, música!

Os que me conhecem sabem... Pouca coisa de música me atrai. Não acho nada genial (como a maioria das pessoas), não tenho uma banda ou música preferida (como todas as outras pessoas), e não saio de casa por causa de um artista A, B ou C (como fazem alguns e, principalmente, algumas).


Justamente por isso queria dividir esta experiência com o povo do BUGADO.
Sexta-feira última, 21h, percorri a última etapa de uma acontecimento programado há mais ou menos um mês.

Era um domingo pela manhã, algo entre 8:30 e 9h. Madrugada, portanto. Sim, tinha saído sábado, afinal não ia deixar de sair por isso. Mas lá estava eu, indo encarar a fila, como havia prometido.

Nunca, nunca MEEESMO, tinha pensado em ir a algum evento como esse. E se me falassem que eu teria que, um mês antes, enfrentar mais de 200 pessoas na fila para comprar o ingresso, aí é que eu não iria mesmo. Mas eu havia prometido. E promessa é dívida...

Cheguei com sono na fila, fiquei uns 30 minutos sem falar nada porque não me sentia devidamente acordado para tal.

Depois, passou-se cerca de uma hora onde só resmungava, ora de reclamação, ora de birra, ora pela chuva fina que caía. Não me entrava cabeça a dentro que eu tava no gasômetro, com frio, molhado e numa manhã e domingo, onde qualquer ser normal, que trabalha seis dias por semana, estaria em sua cama, durmindo ou curtindo uma ressaquinha básica...

Mas eu fui, sou e acho que sempre serei um grande cabeça dura. Os pedidos incessantes para eu ir embora mais me faziam ficar. O objetivo, depois de traçado e iniciado, precisa ser finalizado.

Diz o ditado véio que "nada está tão rui que não possa ficar pior". Eis que noto, na fila, um dos semi-famosos mais chatos e insuportáveis da existência: Peninha. Sim, o escritor, o gremista, o historiador, o chato... Não consigo gostar dele, deve ser coisa do fanatismo...

Bom, fato é que, além de estar fazendo algo muito chato (encarar fila), encontar alguém com quem eu não ia com a cara (o escritor) e estar comprando um ingresso pra um show (coisa mais que rara), ainda tinha o "gran finale" da situação.

Foram três horas, mas a fila ia se esvaindo e comprei os malditos ticket's.

...

No intervalo de quase mês, eu me esqueci do show até a sexta anterior. Depois de lembrar, por ter datas coincidentes de compromissos (show + aula sexta à noite), deslembrei, se é que essa palavra existe, por mais 6 dias.

No dia do dito, nada foi diferente. Trabalhei, escrevi, choveu, o trânsito continuou caótico... E lá ia eu, rumo ao Teatro, assistir meu primeiro show sentado da vida.

Certas pessoas que eu conhecia de vista, e nunca me imaginei andando junto, lá estavam. Certamente, se elas me notaram, também tiveram a sensação de estranheza. Não era definitivamente meu lugar. Mas, lá fui eu e a história do cumprir metas, objetivos, não desanpontar ninguém e blá-blá-blá...

Dez minutos clássicos de atraso e o espetáculo começa. Honrando o nome do estabelecimento, o show vira uma peça, com movimentos calculados, ações previamente medidas e atos ensaiados a exaustão.

Aplausos depois de cada músicas, que eram pouco acompanhadas pela platéia. Ninguém de pé. Todos organizadamente sentados.

Tudo era muito alternativo, até a primeira música conhecida. Daí a empolgação do público aumentou um pouco, havendo até espaço pra uma que outra brincadeira no final de uma música. O discurso, tão tradicional em outros shows, era curto, singelo, direto. Simplicidade estranha, mas que demonstrava uma segurança de saber o que e onde estava fazendo.

Foram algo em torno de 18 músicas. Eu conhecia 3, duas por novelas e uma regravação. Tinha mais uma que minha namorada cantou pra mim numa noite, entre a fila do ingresso e o show. Bem bonita. Dois sambinhas desconhecidos legais, um semi-funk por 30 segundos, três encerramentos, dois falsos e um à vera.

Com duas companhias agradáveis, o resumo da ópera de uma sexta à noite com Adriana Calcanhotto até que foi válido. O desconhecido nem sempre é tão ruim assim...

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