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Números e mais números

Adoro números. Enumerar fatos, classificar, catalogar. É um hábito de infância. E agora, ao final da Série A do Brasileirão, queria comentar alguns números, baseados em cinco tabelas de classificação. São elas: Classificação Geral, 1º Turno, 2º Turno, Em Casa e Fora de Casa. Até o final da semana, em posts diários, pretendo analisar uma por uma, no intuito de desvendar os mistérios numéricos que levaram o São Paulo ao hexacampeonato, o Grêmio à Libertadores e o Vasco à Série B
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1º - CLASSIFICAÇÃO GERAL

Na classificação geral, o São Paulo como campeão não tem nenhuma surpresa. Time copeiro e sabe jogar campeonatos de pontos corridos. Muricy comprova a cada dia porquê é o melhor técnico em atividade no Brasil. O Grêmio foi a surpresa do campeonato. De possível rebaixado no início da competição a 2º colocado e com vaga na Libertadores 09'. Cruzeiro e Palmeiras completam com justiça os classificados à Libertadores. Os mineiros passaram 37 das 38 rodadas do Brasileirão entre os 4 primeiros. O Flamengo caiu muito na reta final. Somou apenas 1 dos últimos 9 pontos. Planejou mal o ano. O Inter foi talvez a maior decepção do campeonato. Time forte, elenco numeroso, mas o resultado final foi ruim. Botafogo, Goiás, Coritiba e Vitória especularam até uma vaga na Libertadores durante o torneio nacional, mas acabaram sucumbindo a melhor qualidade dos ponteiros do campeonato. O Sport, time de maior sangue doce da competição, por ter ganho a Copa do Brasil no primeiro semestre, figurou sempre na metade da tabela. E por ali ficou, na 11ª posição. O Galo mineiro não fez nada demais no Brasileirão, mero figurante. O Furacão, que escapou na última rodada, melhorou muito no fina, após a chegada de Geninho. Outra decepção foi o Fluminense, que de vice-campeão da Libertadores passou a lutar contra o rebaixamento no campeonato nacional. O Santos teve um dos artilheiros, Kléber Pereira fez 21 gols, mas não teve nenhum destaque mais. O Náutico teve um bom início, mas caiu de produção e quase foi rebaixado. Ipatinga e Portuguesa lutaram bravamente, e até mostraram alguma qualidade, mas foram rebaixados como era previsto. O Figueirense, que sempre foi apontado como exemplo de organização, montou um time ruim e trocou inúmeras vezes de técnico. Acabou na Segundona. E o Vasco... Ah o Vasco. Grande time do Rio de Janeiro, com muita história e muitos títulos. Mas sem um time qualificado, abalado no meio do campeonato pela troca de presidente, deixou a Série A e terá que planejar enfrentamentos diante de ABC's e Duque de Caxias's.

Costuma-se dizer que o empate, em campornatos de pontos corridos, não é um bom negócio. Mas o ano de 2008 comprovou exatamente o contrário. São Paulo, Grêmio e Cruzeiro tiveram 21 vitórias. E o número de empates foi o diferencial para definir os 3 primeiros colocados. Enquanto o São Paulo empatou 12 vezes, o Grêmio ficou em igualdade com seus adversários em 9 ocasiões. O Cruzeiro foi o time que menos empatou no Brasileirão 08': apenas 4 vezes. Ao lado do Atlético/MG, o São Paulo foi o time com o maior número de empates. E sagrou-se campeão. Definitivamente não é o número de empates que decide nada, já que o Cruzeiro terminou em 3º e foi o que menos empatou.

O que importa, em pontos corridos, é o número de vitórias. Quanto maior, melhor. E isso foi diferencial também na ponta de baixo da tabela, onde Portuguesa e Ipatinga, último e penúltimo colocados, respectivamente, foram os únicos times que não fizeram mais de 10 vitórias em 38 jogos. Ambos venceram apenas 9 vezes, o que decretou o retorno a Série B para essas duas equipes.

Todos desejam ter um baixo número de derrotas. E o campeão São Paulo foi rei nesse quesito: perdeu apenas 5 vezes no Brasileirão 08'. Foram duas derrotas para o Grêmio, ambas por 1x0, e uma derrota para Inter, Náutico e Fluminense, essas todas fora de seus domínios. O grande número de derrotas foi marcante na Zona da Degola: os três maiores perdedores do campeonato (Ipatinga - 21, Vasco - 20 e Portuguesa -19) foram parar na Segundona.

No quesito pontuação, percebe-se a grande diferença entre São Paulo e Grêmio dos outros participantes. Três pontos separaram os dois, mas a diferença entre Grêmio e Cruzeiro terminou em 5 pontos. Entretanto, a maior diferença de pontuação foi do quinto para o sexto colocado: O Flamengo terminou com 64 pontos e o Inter fez apenas 54: 10 pontos de diferença. Isso exemplifica o domínio dos 5 primeiros colocados no torneio em relação aos outros 15 oncorrentes.

Os números do gols também fazem parte da definição do campeonato. O Naútico, 16º ao final da competição, não foi rebaixado graças a sua defesa. Explicando: em comparação com o concorrente direto, o Figueirense, o Timbú tomou 19 gols a menos: 54 contra 73 dos catarinenses. No saldo de gols (-10 a -24), os pernambucanos mantiveram-se na primeira divisão.

O melhor ataque, que até 2006 sempre fez o campeão, mudou de mãos novamente em 2008. Em 2007, o campeão São Paulo ganhou o título pelo belo desempenho de sua defesa, que tomou apenas 19 gols em 38 jogos, enquanto o Cruzeiro, 5º colocado, teve o melhor ataque com 73 gols. Em 2008, também o 5º colocado teve o melhor ataque: o Flamengo marcou 67 vezes no Brasileirão. O São Paulo, campeão, teve o 2º melhor ataque, com 66 gols feitos. A falta de gols também foi motivo pelo qual o Ipatinga desceu de divisão: 37 em 38 jogos.

Na questão defensiva, o destaque fica novamente com a dupla Grêmio e São Paulo. Cada um tomou apenas 35 e 36 gols sofridos, respectivamente. A diferença de 8 gols para a 3ª melhor defesa, honraria dividida entre Cruzeiro, Botafogo e Vitória, mostra o poder de marcação dos sistemas defensivos de Celso Roth (Réver, Pereira ou Jean, Léo, Carioca e Magrão) e Muricy Ramalho (André Dias, Miranda, Rodrigo ou Anderson, Jean e Hernanes). O número de gols sofridos marcou os times rebaixados. Ipatinga (67), Portuguesa (70), Vasco (72) e Figueirense (73) tiveram as piores defesas da edição 2008 do campeonato nacional.

O Grêmio teve dois destaques importantes ao final da competição. Se o Cruzeiro foi o time que mais permaneceu entre os 4 primeiros, o Grêmio foi o que mais liderou: 17 rodadas. E o goleiro gremista, Victor, foi um dos quatro jogadores que atuaram nas 38 partidas de seus clubes no Brasileirão 08'. Os outros três também são goleiros: Fábio, do Cruzeiro, Wilson, do Figueirense e Harley, do Goiás.

Em um campeonato que teve 27 trocas de técnicos, Figueirense, Náutico e Atlético/PR foram recordistas de treinadores: 5 pessoas diferentes passaram pelo comando desses times. Contrariando esses números, Vitória (Vágner Mancini), São Paulo (Muricy Ramalho), Sport (Nelsinho Baptista), Palmeiras (Vanderlei Luxemburgo), Grêmio (Celso Roth), Flamengo (Caio Jr.), Cruzeiro (Adílson Baptista) e Coritiba (Dorival Jr.) mantiveram suas comissões técnicas durante todo o torneio. Essas 8 equipes, curiosamente, não correram nenhum risco durante toda a competição.

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