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É sempre a mesma coisa...

Com o final dos cameponatos esportivos do ano, já que temos um calendário que inicia no meio de janeiro e termina entre a primeira e a segunda semana de dezembro, a escassez de assuntos predomina em redações de esportes.

Mas eis que em 2008 algo mudou - talvez até para pior...

Ronaldo foi especulado pelo Flamengo durante 4 meses. Sua recuperação física foi notícia, em média, a cada 20 dias, geralmente ligado a uma notícia de treinamento do Flamengo, onde o "fenômeno" realizava tratamento médico.

O Corinthians procurou Ronaldo em novembro. O atacante preferiu esperar o ano acabar. Então, logo após o término das atividades futebolísticas no país do futebol, ele resolveu em 3 dias a negociação com o time paulista.

Como foi tudo muito bem escondido da mídia, a negociação só foi tornar-se de conhecimento público quando Ronaldo já podia se considerar jogador do Timão.

E aí a mídia fez a festa...

Quarta o burburinho começou na hora do almoço. Renata Fan no Jogo Aberto, da BAND, fazia o patético "daqui a pouco mais detalhes com o craque Neto". O Globo Esporte, pego talvez com as calças na mão, apelou para uma simples nota, lida com entusiasmo ferrenho pelo ex-repórter Tino Marcos. No Jornal Nacional na mesma quarta, Ronaldo já era tema de VT com entrevista especial e exclusiva, feita por Cliton Conservani.

Na quinta, Ronaldo no Timão já tinha virado briga na internet entre o Lance! e a Placar, que desdenhou do jornal quando este publicou, lá em novembro, um possível interesse corinthiano pelo maior artilheiro em Copas do Mundo. Chico Lang, da Gazeta, entrou na briga e, como um autêntico e descarado corinthiano, desceu a lenha na revista Placar.

Renata Fan dividia-se entre os merchans e o "gordito". Se o Corinthians já ganhava mais destaque que qualquer outro na Série B, imagina agora na Série A e com Ronaldo. Já o Globo Esporte apelou (e não foi a única vez nesta semana...): trouxe nos estúdios o ícone esportivo da casa: Galvão Bueno. Foram duas matérias no primeiro bloco nacional, depois mais duas com a participação do narrador. Em uma delas, a produção do jornal pediu a Galvão a narração de um fictício gol de "Ronnie" pelo Coringão. LA-MEN-TÁ-VEL.

Mas daí tu pensa: chegamos ao fim, né? Nãããooo... Tudo que tá ruim pode piorar mais um pouquinho...

Eis que a BAND resolve anunciar que transmitirá, amanhã pela manhã, a chegada e apresentação do novo reforço ao vivo. Não bastasse Ronaldo virar assunto único no esporte, o seu retorno ao futebol brasileiro mudou a grade de programação de uma emissora de porte nacional.

Mas não pode ser mais patético, né... Não, pode sim...

Usando de todo seu poderio no âmbito televisivo e procurando inovar cada vez mais, já que não tem assunto mesmo, a Globo traz Ronaldo (sim, ele próprio! funf..) nos estúdios do GE para uma entrevista. Como tudo que é diferente tem mais risco de dar errado, Ronaldo chega atrasado e entra em meio ao bloco inicial da rede nacional, colocando a prova o talento de improviso dos apresentadores, visivelmente abalados com a chegada repentina do convidado. Movimentos fora dos previstos, improvisos dos apresentadores... Digamos que a edição do Globo Esporte virou uma conversa informal entre conhecidos famosos, tipo aquelas que acontecem na Luciana Gimenez...

A falta de assunto provoca a falta de qualidade? Não, nem sempre. O que deixa os produtos com baixa qualidade é a confusão entre o jornalismo e o "parceirismo" - aquela prática onde as pessoas deixam de lado os compromissos éticos e profissionais e fazem qualquer fato virar uma bomba de tamanho imensurável. Ronaldo é importante? É sim. Mas o seu retorno não pode virar a televisão de cabeça para baixo...

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