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Ganhar é uma m****

Sim. A frase acima é a "verdade verdadeira", a constatação final, o ponto de encontro das minhas opiniões sobre a noite de ontem.


Sair-se vitorioso em uma partida como esta glorifica o clube, os atletas, mas mascara todas as falhas, que não foram poucas, do time.

O Inter foi mal tecnicamente pois a grande maioria dos lances terminavam favoráveis ao time argentino.

O Inter foi mal taticamente pois Tite, depois de achar o time e o posicionamento ideal, na hora de substituir um titular que não poderia atuar - Guiñazú -, colocou um jogador que não serve para jogar jogos como o de ontem à noite. Andrezinho não pode jogar com a responsabilidade de levar o time da defesa para o ataque. Ele tem que ser o 4º da meia cancha. Jogando mais atrás, ele atrasa o andamento do ataque e prejudica o time na marcação.

O Inter foi mal individualmente. Jogadores acostumados a decidir, como Alex e Magrão mal apareceram no jogo. D'Alessandro e Nilmar brilharam somente depois de 105 minutos jogados.

Nada funcionava a favor. E, para ajudar, Verón desfilava todo seu talento desmarcado em campo. Braña combatia, batia e distribuia aliado a toda garra argentina. Angeleri e sua vasta cabeleira apoiavam com muito vigor físico e disposição. Boselli ciscava, protegia, empurrava, brigava em meio aos zagueiros.

Este bravo Estudiantes fez muito bem o seu papel. Após a atuação decepcionante em seus domínios, onde perdeu por 1x0 jogando com um a mais, o time de La Plata jogou infinitamente melhor que o Colorado. Boselli, no primeiro tempo, teve um gol mal anulado pelo bandeirinha uruguaio Wálter Rial, referendado pelo juiz Jorge Larrionda. Na segunda etapa, o futebol do time comandado por Leonardo Astrada era tão superior que o sistema defensivo colorado sucumbiu ao ditado: "Água mole, pedra dura. Tanto bate...". E a bola, chutada por Alayés após o centro de Benítez, estufou as redes do gol de Lauro.

Prorrogação... Nervos em alta tensão. Mas aí o imponderável, o incalculável, os causos inexplicáveis do futebol começaram a tomar forma.

Eis que "La Bruja", até então melhor em campo, passa a se arrastar pelo gramado verde do Gigante. D'Alessandro pareceu sentir que o bom momento pode mudar de lado. O gringo, mesmo bufando de cansaço, chamaou o jogo para si, assim como alguns grandes camisas 10 fazem - e como Alex, o 10 do Inter, devia fazer ontem e não fez.
A saída de Verón, aos 5 minutos do primeiro tempo da prorrogação, acabou com o Estudiantes.

Bolívar obrigou Andujar a fazer milagre em um chute de dentro da pequena área. E o Inter passou a ter as rédeas do jogo. Até que Nilmar, após outras duas grandes intervenções de Andujar, bateu com o bico da chuteira esquerda na bola para dentro do gol.
O Beira-Rio, que não pulsava desde o início do jogo, voltou a rugir. A torcida, ainda apreensiva, sabia que o golpe era forte. E o Estudiantes, bravo e aguerrido, voltou pra casa sem o objetivo cumprido, mas com a certeza de ter feito o que pudia.

Não que não seja merecido. Foi bastante até. Se contasse apenas o último jogo, Astrada e seus comandados mereciam levantar a taça. Mas como o que prevalece é a campanha, coube a Edinho e sua trupe o título.

Em dois anos, o Inter justificou a junção do prefixo com o nacional. Nos resta dar parabéns ao mais novo Rei de Copas...
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Fotos: Alexandre Lops e Marcelo Campos

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