Há uns dois anos, mais ou menos, o SporTV, canal pago ligado a GloboSat, começou a acompanhar - feito cão e gato - os treinos da seleção brasileira.
Seja onde eles forem, são transmitidos ao vivo, geralmente com uma dupla de narrador e comentarista no estúdio, mais dois ou três comentaristas in loco - vez que outra contando com um convidado ilustre -, e dois repórteres no campo para dar informações que rolam no gramado.
Particularmente, acho de doer esse tipo de transmissão. Treino sempre foi e sempre será monótono para quem não está ali participando.
Fora isso, falta assunto para cobrir o espaço de tempo da transmissão. De repente, os comentaristas começam a falar o que já havia sido comentado e volta todo o assunto já discutido anteriormente.
Ou senão surgem os assuntos pararelos, que na grande imensa maioria das vezes ~perdem o link com a seleção nacional na terceira frase.
Participando de coberturas esportivas no ano passado, trabalhei em algo parecido na cobertura da final da Copa Sul-Americana entre Inter e Estudiantes, no Beira-Rio.
A TVCOM ficou no ar com a programação prévia do jogo por 6 horas (das 16h às 22h), e voltou depois da meia noite para fechar com chave de ouro com a reprise completa, que terminou depois das 4h da manhã.
Foram mais de 10 horas de assunto sobre um mesmo jogo. A repercussão do título e a reprise do jogo foram até bacanas, pois trata-se da palavra dos vencedores e a repetição da partida, que é até melhor para se analisar de forma mais fria o jogo.
Mas as 6 horas iniciais dependem de um planejamento de programação cansativo, extenso e muito bem elaborado.
Se tu não propõe assuntos diferentes, se não traz convidados relevantes, o telespectador se emburrece com a monotonia da programação.
Então nós nos preparamos para uma verdadeira batalha televisiva. Tinhamos mais de 8 horas de material par ausar conforme navegava o barco.
E assim tu pode selecionar o que há de melhor para o que se está discutindo no momento, além de aliar isso ao que acontece de movimentação ao vivo.
Mas pura e simplesmente cobrir o treino de algum time e ficar, como se diz na gíria, "cagando tese" durante duas, três horas, não serve qualitativamente para a audiência.
E como se isso não fosse pouco, ainda temos que aturar o pragmático time do Dunga comemorar o empate com a fortíssima seleção do Equador...
:OOOO
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Treinos da Seleção
terça-feira, 31 de março de 2009 | Escrito por Bruno Cassali às 15:18
Marcadores: Seleção Brasileira, Televisão
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